Saturday, 09 November 2024 22:43

Dias e Santos ditam leis na Baja Oeste de Portugal

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Bruno Dias lidera classificação dos Automóveis, enquanto Bruno Santos inalcançável nas Motos. Luís Fernandes recupera terreno nos Quad e Pedro Antunes destaca-se nos SSV.

A Baja Oeste de Portugal teve o primeiro dia de competição total com a entrada em acção dos concorrentes no automóveis, depois das motos, dos quads e dos SSV já terem iniciado a contenda no dia anterior. João Dias e João Miranda estão a fazer tudo para deixar a decisão do título de campeão de Portugal de TT para o derradeiro dia de prova, enquanto nas motos, Bruno Santos está a fazer uma prova à parte da concorrência. Nos quads, Luís Fernandes está à recuperar terreno para João Vale e nos SSV, Pedro Antunes mostrou que o triunfo no prólogo não foi um fogacho de competitividade.

Na luta pelo título de campeão nos carros, João Ferreira entrou com vantagem pontual e sabe que a pode gerir em pista. Tiago Reis, campeão de 2023, foi o mais impetuoso no prólogo e bateu a concorrência. O líder do campeonato ficou em segundo, a 3,4 segundos do piloto do Taurus, enquanto João Dias obteve a terceira marca, a 6,9 segundos do mais rápido

Depois do teste da manhã, as equipas partiram para os 114 quilómetros do primeiro sector selectivo. Aí, Dias foi o mais competente e venceu. Armindo Araújo, em Can Am, terminou em segundo e cedeu pouco mais de três minutos. Tal resultado, permitiu-lhe subir do quarto lugar à segunda posição. João Ferreira não conseguiu acompanhar o seu principal rival na luta pelo campeonato porque teve de cumprir os últimos 50 quilómetros do sector com uma transmissão do Mini partida. Perdeu quase cinco minutos e está no terceiro posto antes do derradeiro dia de prova. A completar o “top-5” estão Daniel Silva, em quarto, e Nuno Madeira, que é quinto. O vencedor do prólogo terminou o primeiro dia de prova no sexto lugar.

“Final de dia perfeito. O prólogo não correu como queríamos. O objectivo era ter um melhor resultado para podermos escolher um lugar na ordem de partida que mais nos interessasse. Apesar disso, o dia correu bem. Vencemos o sector na classificação geral e vamos tentar ganhar todos os sectores para encurtar a desvantagem para o João (Ferreira). Sabemos que é difícil mas vamos acreditar até ao fim”, disse João Dias.

Nas Motos há, para já, um denominador comum. Chama-se Bruno Santos e foi o mais rápido no prólogo de ontem e no sector selectivo de hoje. O piloto da Husqvarna está com um andamento muito superior. Que o diga Tomás Dias que, aos comandos da sua Honda, foi segundo, a mais de dois minutos do vencedor do dia. Cristophe Lajouanie, em Sherco, mantém a consistência e repete o terceiro lugar que obteve na véspera. Quem já não está em prova é Micael Simão. Depois da boa prestação na contenda do dia anterior, o piloto partiu o motor da sua Honda e foi obrigado a abandonar.

O lote dos cinco primeiros completa-se com Afonso Figueiredo, em Kawasaki, que caiu na classificação devido a uma penalização de 4m40s, e João Pires, em Yamaha, que já está a mais de 12 minutos do primeiro classificado.

“Estou contente. Andei sem percalços nenhuns. Depois do susto de ontem, hoje decidi ter um pouco mais de cautela desde o início. Adoptei um ritmo consistente e sem exagerar. Os pisos estavam fantásticos. A zona é sinuosa, como sabemos. O tipo de piso muda bastante, mas com a humidade existente, estava muito bom para a prática da modalidade. Espero fazer igual amanhã”, disse o líder das motos, Bruno Santos.

A competição dedicada aos Quad teve Luís Fernandes como nome maior do dia. O piloto do Husqvarna foi consistentemente mais rápido do que a concorrência e nem uma penalização de seis minutos lhe tirou o melhor tempo no sector selectivo. Assim, está na primeira posição enquanto o seu principal rival na luta pelo campeonato, João Vale, não foi além do quinto lugar e ocupa o quarto posto atrás de Hélder Sá, segundo, e de Bruno Silva, que é terceiro. A diferença entre primeiro e quarto é de quase dez minutos. Vale andou a bom ritmo até ao quilómetro 130, mas, a partir daí, sentiu problemas no seu Can Am e acabou por ceder bastante tempo. Ainda assim, continua em vantagem na discussão do campeonato.

“Entrei na corrida bastante cauteloso. Entretanto, andei num ritmo bom apesar de, a seguir à assistência, ter visto o Rodrigo (Vale) caído, o que afectou o psicológico. Uns quilómetros mais à frente vi o João parado na pista e segui com um ritmo tranquilo pois sabia que estava na frente da classificação”, afirmou Luís Fernandes.

Na corrida exclusiva dos SSV, Pedro Antunes (Can Am) continua a destacar-se pela positiva. O piloto que está a fazer o campeonato nacional de TT pela primeira vez e está a mostrar que tem andamento para discutir as vitórias. Depois de ter sido o mais rápido no prólogo, hoje voltou a demonstrar um andamento muito forte. Deixou Luís Cidade (Can Am) a 55,6 segundos e Pedro Santinho Mendes, que chegou à Baja Oeste de Portugal na liderança do campeonato, foi o terceiro, a 1m37,4s segundos do mais rápido. Após o dia de hoje, os três ocupam as mesmas posições na classificação geral, embora haja mais de dois minutos a separá-los.

“Acabou por correr bem porque conseguimos o primeiro lugar no sector, mas achávamos que íamos perder bastante tempo porque tivemos problemas no carro até 40 quilómetros do final. Tivemos de desligar o carro por três ou quatro vezes pois entrava em modo de segurança. Perdemos algum tempo, mas a equipa vai resolver o problema. O nosso objectivo para amanhã é tentar manter o primeiro lugar”, disse Pedro Antunes.

A Mini-baja, competição exclusiva para pilotos que tenham até 16 anos, ficou concluída hoje e o vencedor foi Domingos Cunha. O piloto da Yamaha YZ deixou Martim Azevedo a quase três minutos de distância e Martim Mateus, que ficou em terceiro, cedeu 4m46,7s para o vencedor.

Amanhã, domingo, realiza-se a derradeira etapa da Baja Oeste de Portugal 2024. A Escuderia Castelo Branco preparou os mesmos sectores selectivos do dia de hoje mas, se as motos, os quads e os SSV fizeram a distância maior no dia de hoje, têm menos quilómetros para percorrer na derradeira etapa, enquanto os carros vão competir ao longo de mais de 170 quilómetros.