Nada limitados pelo ‘datado’ Mitsubishi Lancer EVO II, face a carros muito mais recentes e competitivos, rodaram sempre entre os mais rápidos, conquistando com justiça um brilhante Top 2 à geral, vencendo de forma imperial entre os Históricos.
Foi uma ‘faena’ digna do seu estatuto de ‘mundialistas’, aquela que Rui Madeira e Nuno Rodrigues da Silva assinaram na prova organizada pelo Clube de Motorismo de Setúbal.
Começaram por realizar logo o 3º melhor tempo à geral no troço inicial da prova e, apesar de terem sido cautelosos na 2ª PEC, por suspeitarem de uma fuga de óleo, arribaram ao fecho da secção inaugural do rali num excelente 4º posto da geral, a escassos 4,1 segundos dos lugares do pódio.
Resolvido que foi o pequeno problema que pouco afetava o Mitsubishi, Rui Madeira continuou na secção da tarde a rodar forte, discutindo discutir olhos nos olhos com as várias duplas que utilizavam carros muito mais recentes e competitivos, chegando ao fecho da secção no 5º lugar da geral, mas com tudo em aberto, pois a distância para o pódio cifrava-se nuns mínguos 6,1 segundos.
E o melhor de Rui Madeira ainda estava para vir...
O desfecho do Bilstein Group teria como cenário a mítica especial de Sintra (9,68km), percorrida duas vezes, a espaços debaixo de alguma chuva e, sobretudo na segunda passagem, com o nevoeiro a aparecer para tornar a missão ainda mais árdua.
O craque que deu a Portugal a primeira Taça do Mundo de Grupo N de Ralis, venceu os dois troços de forma sublime, saltando da 5ª posição para o 2º lugar da geral final, a que juntou ainda o triunfo entre os Históricos. É ainda de realçar que Rui Madeira ‘devorou’ 32,6 segundos da desvantagem que tinha para os líderes e futuros vencedores, chegando ao Estoril a apenas 27,7 segundos. Notável!
“Rali memorável pelo ambiente sempre com muito público acompanhar a prova, honrando assim a memória do Luís Caramelo e a excelente organização do Clube de Motorismo de Setúbal”, elogia Rui Madeira.
No que concerne ao desenrolar da prova, Madeira realça “a forma competitiva como entramos no rali, logo com o 3º tempo na primeira especial com o 3º tempo. Fizemos depois a ligação para Mafra para disputar a 2ª PEC. Curiosamente, sentimos que tínhamos um pequeno problema com a caixa de velocidades, que, felizmente, não se veio a verificar, de forma que logo na primeira assistência após a neutralização em Mafra a nossa equipa resolveu a questão. Tratava-se de uma pequena fuga num tubo. Na 2ª Secção foi andar depressa com máxima segurança pois as especiais estavam muito traiçoeiras devido à humidade dos pisos de asfalto, mantendo-nos na corrida por um lugar no pódio absoluto”.
Quanto à exibição na parte final do rali, o ‘mundialista’ revela que “quando fomos para a última Secção da prova a disputar em Sintra, reparámos que podia surgir o nevoeiro e tirarmos proveitos com isso. Resolvemos atacar ao máximo, mas sempre com uma margem de segurança o que nos fez ganhar as duas últimas classificativas com alguma margem para os nossos adversários e assim terminar em beleza uma edição em memória do Luís!”.
“Venha lá o Rally Costa Brava!”
Agora é tempo de começar a preparar já a campanha internacional. A temporada 2025 de Rui Madeira terá o seu epicentro na presença no FIA Historical Rally European Championship, com o consagrado piloto internacional português a ter já assegurada a presença em 3 provas, podendo vir a fazer 5 dos ralis inseridos no calendário da competição.
“Venha lá o Rali da Costa Brava onde vamos defender as cores dos nossos patrocinadores e de Portugal. É o nosso regresso à Catalunha, 30 anos depois. Alinharemos com o EVO III e eu, o Nuno e a equipa estamos muito entusiasmados com esta participação no Europeu e tudo faremos para conseguir andar bem em todas as provas”.
Será entre 13 a 15 de março, que Rui Madeira e Nuno Rodrigues da Silva vão voltar a enfrentar os desafiantes troços do Rally Costa Brava.